Exame oftalmológico da criança: devo levar meu filho para uma avaliação?

A visão é um dos sentidos mais impactantes no desenvolvimento físico e mental durante a infância, e muitos pais se perguntam quando seria o momento e através de quais exames é possível fazer uma avaliação oftalmológica adequada dos seus filhos.

A dr. bemtevi espera esclarecer estas e outras dúvidas frequentes!

Primeiramente, o que buscamos com a avaliação infantil no consultório oftalmológico?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1,4 milhão de crianças no mundo são cegas, com a maioria dos casos por causas que podem ter tratamento e/ou prevenção. Além disso, um número muito maior de crianças apresentam dificuldade visual que melhoraria com uma correção adequada do grau, através de um exame médico oftalmológico e prescrição de óculos, o que pode impactar no aprendizado na escola e na atenção nas atividades diárias.

Na consulta oftalmológica infantil, temos como objetivo identificar e tratar, de forma precoce, alterações com potencial de comprometer a visão ainda na infância ou que podem piorar ao longo dos anos até a vida adulta.

Mas poucas vezes um problema oftalmológico na criança é tão evidente a ponto de motivar os pais a levar a criança ao médico. Isso ocorre porque, em uma criança, nem sempre é fácil identificar baixa visão. Às vezes, sinais como o desinteresse por algumas atividades, hábitos de coçar e esfregar os olhos, dificuldade de aprendizado, dor de cabeça, entre outros podem ter como causa uma baixa visão não diagnosticada. Mais difícil ainda, para os pais, são as situações em que a baixa de visão ocorre em apenas um dos olhos, já que o olho com boa visão supre as necessidades visuais e a criança pode não dar sinal nenhum de dificuldade.

Mas que tipo de exames fazem parte da consulta de rotina e quais as possíveis alterações/doenças detectáveis com os mesmos?

A consulta da criança inclui exames da acuidade visual (medida da visão), avaliação das pálpebras e do segmento anterior do olho (córnea, cristalino, íris), avaliação da motilidade ocular , testes que verificam presença de desvios, medida do grau e fundo de olho. Além disso, em consultas de crianças pode ser necessária a aplicação de colírios para dilatação da pupila para um exame mais detalhado. Por este motivo, é importante que você, familiar, quando acompanhar seu pequeno(a), venha com tranquilidade e paciência. A avaliação precisa de um tempo necessário para gerar o máximo de conforto e eficiência possíveis na busca de um diagnóstico correto.

É importante esclarecer ainda que essa consulta oftalmológica completa pode ser realizada independente da idade, fase de desenvolvimento, capacidade de ler e escrever, pois é possível adaptar métodos diferentes para uma avaliação ocular eficaz e de qualidade.

Com os testes citados, podemos diagnosticar ametropias visuais (as condições que são corrigidas através dos “graus” de óculos: astigmatismo, miopia, hipermetropia) e possíveis doenças oculares diversas, como conjuntivite, ambliopia, catarata congênita ou infantil, alergia ocular, ceratocone, glaucoma, conjuntivite, distrofia de córnea, estrabismo, cicatrizes retinianas, infecções oculares e até mesmo tumores oculares (como o retinoblastoma, por exemplo).

Quando fazer o exame de rotina e com qual periodicidade?

Agora que você conheceu os motivos de se realizar uma consulta oftalmológica na criança, os exames realizados e algumas alterações que podemos detectar com os mesmos, surge a dúvida: Qual é o melhor momento para levar minha filha ou meu filho para uma consulta?

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) recomenda que, mesmo sem sintomas, a criança realize um exame oftalmológico completo entre 6 e 12 meses de idade, outro entre 3 e 5 anos de idade (preferencialmente aos 3 anos) e novas avaliações programadas a depender de cada caso.

Vale ressaltar que esta sugestão é para os casos em que não são detectados (pelos pais, outros familiares, pediatras ou mesmo profissionais na escola) alterações que já sugerem algum comprometimento da visão. Desta forma, alguns "sinais de alerta" indicam a necessidade de consulta precoce, independente da faixa etária ou consultas anteriores, como dor de cabeça frequente, dificuldade para enxergar referida ou aparente (necessidade de sentar próximo à TV, à lousa…), desvios dos olhos ou movimentos irregulares e alteração do reflexo da pupila, a chamada leucocoria (muitas vezes percebida durante a realização de fotos com flash).

Entenderam a importância de cuidar dos olhinhos daqueles que amamos?

A prevenção, diagnóstico precoce e o tratamento são o segredo para vermos bem no futuro.

Estamos à disposição para uma avaliação cuidadosa e com todo o carinho que estes olhinhos merecem!

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