Retinoblastoma: Guia rápido para pais e cuidadores
Categoria: Condições e Doenças
Em 18 de setembro, marca-se o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. O querido apresentador Tiago Leifert criou, junto com sua esposa, a campanha De Olho nos Olhinhos (www.deolhonosolhinhos.org) com o intuito de chamar a atenção ao diagnóstico precoce desta condição. O retinoblastoma é um câncer que se desenvolve na retina, a camada do olho responsável por captar a luz e enviar imagens ao cérebro. É o tipo de câncer ocular mais comum em crianças, afetando principalmente aquelas com menos de cinco anos. Se não diagnosticado e tratado precocemente, pode comprometer a visão e até mesmo colocar a vida em risco. Mas se diagnosticado precocemente, tem até 90% de chances de cura!. Percebe o quanto diagnosticar cedo é MUITO importante? Vamos falar mais um pouquinho de retinoblastoma?
Existem duas formas principais:
- Unilateral: O tumor afeta apenas um olho e representa cerca de 60% dos casos.
- Bilateral: O tumor afeta ambos os olhos, correspondendo a aproximadamente 40% dos casos e geralmente está relacionado a fatores genéticos hereditários.
A Importância da Genética
Existe um gene que desempenha um papel crucial na prevenção do retinoblastoma e as mutações nesse gene podem levar ao desenvolvimento do tumor. Essas mutações podem ser herdadas dos pais de forma autossômica dominante, o que significa que cada filho tem 50% de chance de herdar a mutação no gene RB1. Isso aumenta o risco da criança desenvolver o retinoblastoma e outros tipos de câncer ao longo da vida.
Classificação e Tratamento
Existem estágios que, ao diagnóstico do tumor, nós classificamos eles. A classificação é dada em grupos (de A a E, sendo E o estágio mais avançado) e ajuda os médicos a determinar o melhor tratamento para aquela condição naquela criança. Essa classificação baseia-se em características específicas dos tumores, como tamanho, localização e extensão:
- Grupos iniciais (A e B): Tumores menores e mais restritos em sua localização, podendo ser tratados com terapias menos invasivas.
- Grupos avançados (C, D e E): Tumores maiores ou mais disseminados, podendo necessitar de quimioterapia, tratamentos locais intensivos ou, em casos extremos, até a remoção do olho afetado, chamada de enucleação.
Como Reconhecer os Sinais e SINTOMAS
Bom, fiquem De Olho nos Olhinhos! A identificação precoce dos sinais é vital para o sucesso do tratamento:
- Reflexo branco na pupila (chamada de leucocoria): Aparece como um brilho branco no olho, perceptível em fotos com flash ou em ambientes pouco iluminados.
- Desalinhamento dos olhos (estrabismo) ou mesmo movimentos oculares rápidos (nistagmo): Um olho pode desviar devido à perda de visão e isso pode ser consequência da doença!
- Alterações na íris ou na pupila: Mudanças na cor ou no tamanho podem ser indicativos.
- Dificuldade visual: Em casos específicos, a criança pode esbarrar em objetos ou não seguir movimentos.
- Vermelhidão ou dor nos olhos persistentes: Sintomas inespecíficos para a doença, raros na condição, mas que podem indicar estágio avançado da doença e requerem avaliação médica imediata.
O que Fazer?
- Exame oftalmológico precoce: Idealmente no primeiro ano de vida!
- Observe fotos com flash: Se notar reflexo branco em um olho, procure um oftalmologista pediátrico.
- Atenção ao comportamento visual: Dificuldades para enxergar ou desinteresse por objetos visuais são sinais de alerta.
- Realize exames regulares: O exame do reflexo vermelho deve ser feito na maternidade e nas consultas pediátricas.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura:
- Exame oftalmológico detalhado: Geralmente realizado sob anestesia para avaliar a retina.
- Exames de imagem: Ressonância magnética e ultrassonografia ocular ajudam a determinar a extensão do tumor.
- Avaliação genética: Importante para identificar mutações no gene RB1, orientar a família e determinar o risco para outros membros familiares.
Opções de Tratamento
- Quimioterapia: Pode ser sistêmica (pela corrente sanguínea) ou direcionada ao olho afetado.
- Terapias locais: Laserterapia e crioterapia destroem as células tumorais diretamente.
- Cirurgia (enucleação): Remoção do olho afetado em casos onde não é possível salvar a visão ou quando a vida da criança está em risco.
O tratamento é personalizado e realizado por uma equipe multidisciplinar especializada.
Prognóstico e Importância do Diagnóstico Precoce
- Altas taxas de cura: Com diagnóstico e tratamento precoces, as chances de cura são muito altas.
- Preservação da visão: A identificação e o tratamento iniciais aumentam as chances de manter a visão.
- Acompanhamento regular: Essencial para monitorar possíveis recidivas e a saúde geral da criança.
Conclusão
A conscientização sobre o retinoblastoma é fundamental para garantir o diagnóstico e tratamento precoces. Pais e responsáveis: fiquem atentos aos sinais, como reflexo branco na pupila e estrabismo, e buscar imediatamente avaliação médica ao notá-los! Com informações adequadas e vigilância, é possível salvar a visão e a vida das crianças afetadas por esse câncer ocular. Vamos lá?
Saiba mais:
- Blog dr. bemtevi - https://blog.drbemtevi.com.br/artigos/retinoblastoma-entendendo-com-mais-profundidade-o-cancer-ocular-em-criancas
- GRAACC - https://graacc.org.br/retinoblastoma/
- Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica - https://www.sobope.org.br
- Sociedade Brasileira de Oncologia em Oftalmologia - https://www.sboo.com.br
- American Cancer Society - https://www.cancer.org/cancer/retinoblastoma/about/new-research.html
- Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica - https://sbop.com.br/
- AAO - https://www.aao.org/eye-health/diseases/what-is-retinoblastoma
Médico Oftalmologista | Especialista em Retina e Vítreo
CRM-SP 162.851 | RQE 74.989
drmuller@drbemtevi.com.br